Autor: Jorge Oliveira Dantas
Editor: Jorge Dantas
Data de Publicação: Março de 2013
Género: Ensaio
Edição kindle: Amazon.com
Edição papel: Amazon.es
Editor: Jorge Dantas
Data de Publicação: Março de 2013
Género: Ensaio
Edição kindle: Amazon.com
Edição papel: Amazon.es
Excerto:
O que torna os seres
humanos seres inteligentes é a capacidade de perante uma determinada situação, obstáculo,
ou problema, serem capazes de o avaliar e de tomar a acção mais acertada, ou
que maior benefício lhes trará. Assim, o estudo da Inteligência será também um
estudo sobre a tomada de decisão, o que implica abordar a forma como esta
decisão é fundamentada, ou seja de que forma um ser inteligente adquire e
processa a informação, ou os conhecimentos necessários, para que perante um
dado problema seja capaz de encontrar uma solução para o resolver.
A tomada de decisão é
correntemente abordada dentro da Filosofia e da Psicologia, e do estudo dos
processos cognitivos em si, mas é também fundamental para outras ciências como
a Inteligência Artificial, onde se tenta recriar num computador, ou num
programa de computador, as capacidades de tomada de decisão dos seres humanos
(partindo dos fenómenos descritos pela Psicologia Cognitiva); também para a
Economia, onde a tomada de decisões empresariais e de decisões sob risco assume
uma grande importância; e também para as Neurociências, onde se tenta
correlacionar a organização estrutural do cérebro humano com a sua tradução em
comportamentos.
Este trabalho procurará
ser transversal a todas estas ciências, propondo-se a analisar, estabelecendo
pontos de contacto e de afastamento, entre a forma como pessoas e computadores,
respectivamente Inteligência e Inteligência Artificial, adquirem, processam e
arquivam a informação de forma a fundamentar as suas decisões, processos que
tornam possível o encontrar da resposta correcta, ou da resposta mais adequada
a um determinado desafio.
Começarei por
introduzir duas ideias fundamentais: A Teoria de Evolução de Charles Darwin, e
a Definição de Inteligência, que será adoptada aqui por mim, terminando por
introduzir a inteligência artificial e explorar no que consiste afinal um
programa de computador.
Em seguida partirei
para uma abordagem das diferentes formas como Inteligência Humana e
Inteligência Artificial processam a informação que têm ao seu dispor,
nomeadamente sobre o que as aproxima e afasta em termos de funcionamento e de
estrutura, abordando com este objectivo a Inteligência Artificial segundo duas
perspectivas distintas: A Metáfora Computacional e a Metáfora Conexionista.
A Metáfora
Computacional data dos anos 70 e olha para a inteligência como resultado da
manipulação de símbolos representativos de diferentes conhecimentos. Aproxima-se da Inteligência Humana na forma
como esta processa a informação a um
nível funcional, considerando ambos Sistemas de Processamento de Símbolos. Este
tema será tratado na segunda secção deste trabalho.
Por outro lado, é
possível estabelecer um ponto de contacto não ao nível funcional, mas sim entre
as estruturas físicas de um sistema de Inteligência Artificial e do cérebro
humano, estabelecendo como semelhança entre ambas o facto de as duas se
basearem no Processamento de Sinais Eléctricos. Esta ideia, baseada na Metáfora
Conexionista, data dos anos 80 e será explorada na terceira secção deste
trabalho.
Existe ainda uma outra
perspectiva sob a qual a inteligência artificial é estudada usualmente, A
Metáfora Biológica. Contudo, esta não se prende directamente com a reprodução
de Inteligência num sistema electrónico, antes se baseia na tentativa de
adaptar a Teoria da Evolução a sistemas eléctricos ou a programas de computador,
com o objectivo de os fazer evoluir de forma semelhante aos seres vivos até que
desenvolvam inteligência. Apesar de ser uma abordagem curiosa à Inteligência
Artificial, remeter-nos-ia não para a directa comparação entre computadores e
seres humanos no que toca à inteligência, mas sim para o estudo da evolução de seres vivos e da possibilidade de
a reproduzir num sistema electrónico, pelo que tomei a opção de a deixar de
fora deste trabalho.
Na quarta secção deste
trabalho serão abordadas as diferentes formas como pessoas e computadores
adquirem a informação em que baseiam as suas decisões, ou seja no que consistem
afinal os seus diferentes processos de Aprendizagem (ou a forma como os
computadores estão programados para a reproduzir) e a construção da sua Memória,
procurando esclarecer a génese e pertinência das capacidades da nossa memória
enquanto uma rede interligada de conhecimentos, e das nossas capacidades de
aprendizagem, enquanto método de construção desta mesma rede.
Na 5ª e última secção
deste trabalho tentarei retirar conclusões de todas as observações realizadas
nos capítulos anteriores, assim como procurarei responder à tal questão com que
este livro se intitula: Poderão os computadores um dia ser inteligentes?