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22 / Novembro / 2011
Resumidamente: Nasci no Porto há 26 anos atrás contudo vivo
em Sintra há quase 20, o que não só me arruinou o sotaque de galã (e o
vocabulário rebuscado) como ainda por cima me deixou a falar “à Linha”.
Arruinado o meu futuro como locutor, fui por algum tempo candidato a
engenheiro, atleta, surfista, manequim, treinador de natação e pólo-aquático,
porém hoje em dia sou praticamente médico e um orgulhoso autor da Bubok pronto
a impingir os meus livros a quem se atravessar no meu caminho.
Quando começou a
escrever? Qual foi a sua evolução como escritor até agora?
Quando tinha 6 ou 7 anos, e comecei a conseguir ler livros
sozinho, fiquei fascinado por várias colecções de aventuras e gostava de as
recriar com as minhas próprias personagens. Após a adolescência em que os meus
interesses se transferiram para algo bem mais apelativo (e perfumado) comecei a
escrever regularmente para divertir os amigos durante aulas mais problemáticas
e até para impressionar as senhoras. Dentro deste espírito descontraído algum
tempo depois criei um blogue onde foram inicialmente publicados muitos dos
contos que hoje podem ser lidos na Bubok.
Sobre o livro “o crime
do dia que nasceu roxo”, sabemos que é o primeiro de uma colecção de dois. O
que o levou a escrevê-lo?
Durante os últimos 10 anos desenvolvi uma relação muito
íntima com os comboios da linha de Sintra. Numa das viagens, que faço
diariamente para Lisboa, reparei que o nascer do sol iluminava tudo em tons de
roxo. Partindo da ideia de que aquela luminosidade se podia tornar assustadora,
ou pelo menos misteriosa, tentei criar um conjunto de personagens divertidas e
construir uma história que confundisse o leitor ao mesmo que o levava a
procurar um significado para o que é descrito.
Como me diverti imenso a escrever a história e esta teve
algum sucesso junto dos meus leitores, resolvi aproveitar o que já tinha e
escrever uma nova aventura para as minhas personagens. De momento estou a
preparar uma terceira aventura, mas penso que a colecção só ficará completa com
uma quarta.
Esta é uma aventura de Hipólito Madeira,
relatada pelo seu assistente Xavier PortoSanto. De onde surgiram estas
personagens?
Estas aventuras e o tom em que estão escritas têm muito de
disparatado, ou se quisermos de um humor non-sense. Para isso precisava de um
narrador dotado de uma grande inocência e que fosse capaz de enfrentar as
situações com grande seriedade, por mais inverosímeis ou idiotas que sejam os
acontecimentos que se lhe deparam. Foi esta premissa que ditou o “nascimento”
do Xavier Porto Santo, e, de certa forma, por oposição, do seu mestre Hipólito
Madeira, muito mais seguro, sábio e ponderado.
Parece-me que é mais
fácil o leitor identificar-se com alguém como o Xavier, que a maior parte do
tempo está a tentar sobreviver a uma data de coisas que não sabe o que são, nem
como se resolvem, do que com um “ser” iluminado e perfeito como Hipólito
Madeira, por muito que sejam as suas “capacidades” que no fundo me permitem
criar uma história interessante.
Tem algum ritual para
escrever?
Não é um ritual para escrever, antes um ritual de escrita:
Tento preparar sempre, antes de começar a escrever, o enredo, as personagens,
os locais onde este se vai desenrolar, etc. de forma a conseguir que todos os
pormenores encaixem no “produto” final. É claro que ao longo da escrita surgem
coisas novas e muitas outras são alteradas, mas como a minha escrita se baseia
em histórias, personagens ou no tratar de um tema em específico, este trabalho
inicial permite-me desenvolver muito estes três pontos.
Qual a melhor parte de
escrever e de ver este seu livro publicado?
Sem dúvida que o simples facto de ter um livro publicado e
de o poder partilhar com os amigos é muito divertido. Para além disso ter
feedback dos leitores é muito bom: Ou porque este é positivo por si, ou porque
é negativo e nos abre as portas para evoluir.
Que conselhos daria a
outros autores na promoção dos seus livros?
Começando por reforçar os concelhos que os nossos autores
consagrados repetem quando lhe é feita esta pergunta: Ler muito e o mais
diversificado possível; escrever o mais que forem capazes; eu acrescentaria
também que em qualquer dos mundos das artes, e sobretudo quando estamos a falar
de auto-publicação, a perseverança e o facto de os autores serem pró-activos e
de irem atrás dos seus objectivos é muito importante. Ninguém nos vai dar nada.
Quer deixar alguma
mensagem sobre o livro “o crime do dia que nasceu roxo”?
Acima de tudo que se divirtam ao lê-lo, pois foi para isso
que ele foi escrito. Não vão lá encontrar grandes verdades, nem grandes ideias
filosóficas, mas se lhe conseguirem dar o benefício da dúvida pode ser que pelo
menos usufruam de uma leitura agradável.
Como é que conheceu a
Bubok? Porque é que decidiu publicar connosco?
Conheci a Bubok Portugal numa reportagem da RTP2 sobre auto-publicação.
Decidi publicar aqui pois de entre os vários serviços deste género disponíveis
na internet, este foi aquele que me pareceu mais simples, o que mais liberdade
me dava enquanto autor, e o que permitia publicar os meus livros de uma forma
mais económica.
A Equipa da Bubok Portugal
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